terça-feira, 24 de maio de 2011

Veja as fotos do pedágio dos alunos dos terceiros anos!












Escola de Barueri está entre as melhores do Estado

O bom desempenho no Idesp é fruto de muito trabalho e participação dos pais.

Os alunos do 3º ano do ensino médio da Escola Estadual Leonor Mendes de Barros obtiveram excelente resultado no Idesp (Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo). O índice é um indicador que mede a qualidade das escolas, através do desempenho dos alunos.

Mesmo antes de a Secretaria de Educação anunciar que caiu o desempenho dos alunos do 3º ano de “1,98” para “1,81” no Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), esta escola obteve o índice de 2,96, sendo o maior índice no município de Barueri.

Mas não há mágica. O bom desempenho no Idesp é fruto de muito trabalho e participação ativa de pais e professores. De acordo com Nanci Ramos Vilanova Sant’Anna, diretora da escola, o resultado é muito positivo para a unidade, porém ainda há falta de incentivo por parte do estado. “O bom desempenho é uma conquista nossa. É muito prazeroso saber que batemos as metas a que nos propomos e que o nosso papel está cumprido. Entretanto, sofremos com os baixos salários e a falta de uma política que nos incentive e nos valorize”, declarou.

Para Lúcia Helena Sanfilippo Kroger, coordenadora pedagógica, apesar das dificuldades, a grande vitória é ver que os alunos aprenderam de verdade. “Muitos chegam com grandes dificuldades, adquiridas ainda na alfabetização. E conseguimos sanar com um trabalho contínuo, de formiguinha mesmo. Este é o terceiro ano que conseguimos um bom resultado e o que queremos é melhorar cada vez mais.”

Alguns outros fatores também influenciaram no exemplar resultado da escola: boa estrutura física, ambiente limpo e organizado, foco na aprendizagem, parcerias com instituições privadas, rigidez e tecnologia à disposição dos alunos.
Infelizmente, isso não é a rea­lidade de todas as escolas brasileiras. Dados divulgados no final de março pela Secretaria de Estado da Educação dão conta que menos escolas estaduais receberão o Bônus da Educação no ano de 2011. De cada dez unidades, três não terão o benefício porque não atingiram as metas propostas no Idesp em 2010.

Folha de Alphaville.

Entenda o que são Anac, Infraero, FAB, Decea e Cindacta

Como bem disse o humorista Aparício Torelli, o célebre Barão de Itararé (1895/1971), "há algo no ar e não são os aviões de carreira". Atualmente, o que há no ar são problemas que vão do atraso das aeronaves ao controle do tráfego nos céus do Brasil. Desde a metade do ano de 2006, esses problemas têm sido tão freqüentes que até receberam o nome de "apagão aéreo" - uma referência à crise de energia elétrica de 2001-2002, que provocou um "apagão" de fato em vários Estados do país.

Em função do "apagão aéreo", o público em geral tem sido bombardeado incessantemente pela mídia com uma série de informações e siglas de empresas ligadas ao setor, a exemplo da Anac, Infraero, Cindacta, Decea etc. Portanto, não há dúvida de que vale fazer um sobrevôo sobre todas elas, para deixar mais claro o que são e fazem cada uma dessas instituições.

Para começar, todas respondem ao Ministério da Defesa, que exerce a direção superior das Forças Armadas, divididas em três Comandos, Marinha, Exército e Aeronáutica. Este último, evidentemente, é o mais diretamente relacionado aos órgãos de que se vai falar a seguir.
Lei Complementar nº. 97/99
Segundo a Lei Complementar nº. 97, de 9 de junho de 1999, que dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas, compete à Aeronáutica, entre outras atribuições, as especificadas em três das quatro primeiras alíneas do artigo 18, transcritas a seguir:

1) Orientar, coordenar e controlar as atividades de aviação civil;
2) Prover a segurança da navegação aérea;
4) Estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante concessão, a infra-estrutura aeroespacial, aeronáutica e aeroportuária.

A alínea 3 se refere à política aeroespacial e, portanto, não vem ao caso aqui.

Pois bem, para dar conta dessas missões, o Comando da Aeronáutica dispõe de órgãos que lhes são subordinados e/ou vinculados e dos quais se vão destacar em seguida os mais importantes no que se refere ao nosso tema. Antes disso convém esclarecer que os órgãos subordinados têm caráter militar e se inserem na hierarquia da Força Aérea Brasileira (FAB), enquanto os órgãos vinculados - isto é, que têm vínculos, ligações - são entidades civis.
Controle do espaço aéreo
O controle do espaço aéreo é a parte da infra-estrutura aeronáutica que se refere a garantir a fluidez, a regularidade e a segurança da circulação aérea no país. Isso implica o gerenciamento da movimentação de aeronaves, tanto militares quanto civis, no espaço aéreo de responsabilidade do Brasil.

Para realizar esse trabalho, existe um Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (Sisceab), que tem como seu órgão central o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), que é o responsável pelo planejamento, regulamentação, cumprimento de acordos, normas e regras internacionais relativas à atividade de controle do espaço aéreo.

Ao mesmo tempo, o departamento também se responsabiliza pela operação, atualização e manutenção de toda a infra-estrutura de meios necessários à comunicação e navegação aérea, nacional e internacional, que circula no espaço aéreo brasileiro.

O Decea incorpora as atividades multidisciplinares de gerenciamento de tráfego aéreo, meteorologia, comunicações, informações aeronáuticas, inspeção em vôo, cartografia, tecnologia da informação, formação e aperfeiçoamento dos recursos humanos para o sistema, bem como a logística de implantação da infra-estrutura e manutenção de auxílios à navegação aérea, aproximação e pouso.
Cindacta
Ao Decea estão subordinados os Cindacta - Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo -, cada uma das unidades que tem como missão a vigilância e o controle da circulação aérea geral, bem como a condução das aeronaves da FAB que zelam pela soberania do espaço aéreo brasileiro, na área definida como de sua responsabilidade.

O sistema é composto por quatro unidades, responsáveis pelas seguintes áreas:
• Cindacta 1 (Brasília): Quadrilátero Rio de Janeiro - São Paulo - Belo Horizonte - Brasília;
• Cindacta 2 (Curitiba): Região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), Mato Grosso do Sul e parte sul de São Paulo;
• Cindacta 3 (Recife): Região Nordeste e área oceânica que separa o Brasil da África e da Europa;
• Cindacta 4 (Manaus): Região Amazônica.
Infraero, aeroportos e regulamentação
Já a infra-estrutura dos aeroportos é de responsabilidade específica da Infraero - Aeroportos Brasileiros, uma empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa. Ela administra 67 aeroportos, 81 unidades de apoio à navegação aérea e 32 terminais de logística de carga. Entre os aeroportos encontram-se desde os maiores do país até alguns tão pequenos que sequer recebem vôos comerciais regulares - é o caso de aeroportos cuja função é representar a soberania nacional em áreas longínquas.

Quanto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ela tem como finalidade regular e fiscalizar as atividades de aviação civil, bem como adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público. Além disso, é sua missão incentivar e desenvolver a aviação civil, a infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária do país.

Originada a partir do antigo Departamento de Aviação Civil (DAC), a Anac é uma autarquia especial, com independência administrativa, com personalidade jurídica própria, patrimônio e receitas próprias para executar atividades típicas da administração pública, que requerem, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

A Anac está vinculada ao Ministério da Defesa e tem como funções:

a) manter a continuidade na prestação de um serviço público de âmbito nacional;
b) preservar o equilíbrio econômico-financeiro dos agentes públicos e privados responsáveis pelos diversos segmentos do sistema de aviação civil;
c) zelar pelo interesse dos usuários e consumidores;
d) cumprir a legislação pertinente ao sistema por ela regulado, considerados, em especial, o Código Brasileiro de Aeronáutica, a Lei das Concessões, a Lei Geral das Agencias Reguladoras e a Lei de criação da Anac.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

DIca cultural - Especial.

Bom pessoas, resolvi abrir esse Dica Cultural de forma especial, pois encontrei esse vídeo na internet que mostra de forma resumida a filmografia de um dos diretores mais importantes do cinema mundial: Stanley Kubrick.

Atualmente, muitos filmes antigos estão sendo revistos pelos ditos “alternativos”, dentre esses filmes está o já conceituado “Laranja Mecânica”. Uma narrativa intensa conta de forma marcante as aventuras de jovens arruaceiros e o que acontece com eles no passar dos anos. Pra quem gosta de cinema, é uma EXCELENTE pedida alugar os filmes desse diretor, que é fantástico!


Stanley Kubrick - a filmography - from Martin Woutisseth on Vimeo.




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Até a próxima!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O mundo da experiência, as quatro causas, ética e política


Em 1996, descobriu-se em Atenas, Grécia, o sítio arqueológico onde funcionou o Liceu - a escola fundada por Aristóteles (384-322 a.C.), para concorrer com a Academia, a escola anterior, fundada por seu antigo professor, Platão (427-347 a.C.). A fundação do Liceu não reflete nenhuma ingratidão do discípulo com seu mestre, que por sinal já havia morrido cerca de dez anos quando a escola aristotélica surgiu (336 a.C.).

Aluno de Platão, a quem reconhecia o gênio, Aristóteles passou a discordar de uma idéia fundamental de sua filosofia e, então, o pensamento dos dois se distanciou. Talvez seja esse o ponto de partida para se falar da obra filosófica aristotélica.

Platão concebia a existência de dois mundos: aquele que é apreendido por nossos sentidos - por assim dizer, o mundo concreto -, que está em constante mutação; e um outro mundo - abstrato -, o mundo das idéias, imutável, independente do tempo e do espaço, que nos é acessível somente pelo intelecto.
O mundo da experiência
Para Aristóteles, existe um único mundo: este em que vivemos. Só nele encontramos bases sólidas para empreender investigações filosóficas. Aliás, é o nosso deslumbramento com este mundo que nos leva a filosofar, para conhecê-lo e entendê-lo.

Aristóteles sustenta que o que está além de nossa experiência não pode ser nada para nós. Nesse sentido, ele não acreditava e não via razões para acreditar no mundo das idéias ou das formas ideais platônicas.

Porém, conhecer o mundo da experiência, "concreto", foi um desejo ao qual Aristóteles se entregou apaixonadamente. Assim, ele descreveu os campos básicos da investigação da realidade e deu-lhes os nomes com que são conhecidos até os nossos dias: lógica, física, política, economia, psicologia, metafísica, meteorologia, retórica e ética.

Aliás, ele inventou também os termos técnicos dessas disciplinas e eles também se mantêm em uso desde então. Exemplos? Energia, dinâmica, indução, demonstração, substância, essência, propriedade, categoria, proposição, tópico, etc.
O que é ser?
Filósofo que sistematizou a lógica, Aristóteles definiu as formas de inferência que são válidas e as que não são, além de nomeá-las. Durante dois milênios, estudar lógica significou estudar a lógica aristotélica.

Aristóteles aplicou a lógica, antes de mais nada, para responder a uma questão que lhe parecia a mais importante de todas: o que é ser?, ou, em outras palavras, o que significa existir? Primeiramente, o filósofo constatou que as coisas não são a matéria de que se constituem.

Por exemplo, uma pilha de telhas, outra de tijolos, vigas e colunas de madeira não são uma casa. Para se tornarem casa, é necessário que estejam reunidas de um modo determinado, numa estrutura muito específica e detalhada. Essa estrutura é a casa; e os materiais, embora necessários, podem variar.

Com o tempo, nosso corpo está em constante mutação - transforma-se da infância para adolescência, desta para a idade adulta e, finalmente, para a velhice. Nem por isso deixamos de ser nós mesmos. Da mesma maneira, um cão é um cão em virtude de uma organização e estrutura que ele compartilha com outros cães e que o diferencia de outros animais que também são feitos de carne, pelos, ossos, sangue...
As quatro causas
Para Aristóteles uma coisa é o que é devido a sua forma. Como, porém, o filósofo entende essa expressão? Ele compreende a forma como a explicação da coisa, a causa de algo ser aquilo que é. Na verdade, Aristóteles distingue a existência de quatro causas diferentes e complementares:
• Causa material: de que a coisa é feita? No exemplo da casa, de tijolos.
• Causa eficiente: o que fez a coisa? A construção.
• Causa formal: o que lhe dá a forma? A própria casa.
• Causa final: o que lhe deu a forma? A intenção do construtor.

Embora Aristóteles não seja materialista (vimos que a forma não é a matéria), sua explicação do mundo é mundana, está no próprio mundo. Finalmente, para o filósofo, a essência de qualquer objeto é a sua função. Diz ele que, se o olho tivesse uma alma, esta seria o olhar; se um machado tivesse uma alma, esta seria o cortar. Entendendo isso, entendemos as coisas.

Mas o pensamento aristotélico não se limitou a essa área da filosofia que podemos chamar de teoria do conhecimento ou epistemologia. Deixando de lado os domínios que deram origem a outras ciências e nos limitando à filosofia propriamente dita, Aristóteles ainda refletiu sobre a ética, a política e a poética (que, no caso, compreende não apenas a poesia, mas a obra literária e teatral).
Ética e política
No campo da ética, segundo Aristóteles, todos nós queremos ser felizes no sentido mais pleno dessa palavra. Para obter a felicidade, devemos desenvolver e exercer nossas capacidades no interior do convívio social.

Aristóteles acredita que a auto-indulgência e a autoconfiança exageradas criam conflitos com os outros e prejudicam nosso caráter. Contudo, inibir esses sentimentos também seria prejudicial. Vem daí sua célebre doutrina do justo meio, pela qual a virtude é um ponto intermediário entre dois extremos, os quais, por sua vez, constituem vícios ou defeitos de caráter.

Por exemplo, a generosidade é uma virtude que se situa entre o esbanjamento e a mesquinharia. A coragem fica entre a imprudência e a covardia; o amor-próprio, entre a vaidade e a falta de auto-estima, o desprezo por si mesmo. Nesse sentido, a ética aristotélica é uma ética do comedimento, da moderação, do afastamento de todo e qualquer excesso.

Para Aristóteles, é a ética que conduz à política. Segundo o filósofo, governar é permitir aos cidadãos viver a vida plena e feliz eticamente alcançada. O Estado, portanto, deve tornar possível o desenvolvimento e a felicidade do indivíduo. Por fim, o indivíduo só pode ser feliz em sociedade, pois o homem é, mais do que um ser social, um animal político - ou seja, que precisa estabelecer relações com outros homens.
O papel da arte
A poética tem, para Aristóteles, um papel importantíssimo nisso, na medida em que é a arte - em especial a tragédia - que nos proporciona as grandes noções sobre a vida, por meio de uma experiência emocional. Identificamo-nos com os personagens da tragédia e isso nos proporciona a catarse, uma descarga de desordens emocionais que nos purifica, seja pela piedade ou pelo terror que o conflito vivido pelas personagens desperta em nós.

Tudo isso é, evidentemente, um resumo ultra-sintético do pensamento aristotélico. Sua obra é gigantesca, apesar de a maior parte dela ter se perdido ao longo dos tempos. O que chegou até nós corresponde a 1/5 de sua produção. São notas suas e de seus discípulos que passaram nas mãos de estudiosos da Antigüidade, da Idade Média (parte dos quais em países islâmicos), e que foram reorganizadas pela posteridade.

Principalmente em função disso, a leitura de Aristóteles é difícil e seus textos não possuem a qualidade artística que encontramos nas obras de Platão.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Entenda o que são asilo político e refúgio

Uma cena foi comum no segundo semestre de 2007, envolvendo artistas e atletas cubanos em visita ao Brasil: deserções e pedidos de refúgio ou asilo político ao Ministério da Justiça. Em dezembro de 2007, o governo garantiu proteção provisória (até o julgamento do caso pela Coordenação-Geral do Comitê Nacional para os Refugiados) para os músicos Miguel Ángel Costafreda, Arodis Verdecia Pompa e Juan Alcides Díaz.

Os artistas cubanos haviam desaparecido durante uma turnê em Pernambuco e, depois, formalizaram pedido de refúgio ao Ministério da Justiça, alegando perseguição do governo cubano. Com a proteção provisória, eles têm liberdade para circular no país e podem, inclusive, tirar a carteira de trabalho.

Durante os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, realizados entre 13 e 29 de julho, o atleta Rafael D'Acosta Capote, da seleção de handebol, e Lázaro Lamelas, técnico da equipe de ginástica olímpica, desertaram da delegação e viajaram de táxi até São Paulo, onde ingressaram com um pedido de asilo político, aceito pelo governo.

Ainda durante o Pan-Americano do Rio, dois ídolos do boxe cubano, os campeões mundiais Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, também desertaram, mas não tiveram a mesma sorte. Depois de fugirem da Vila Olímpica, os cubanos foram encontrados pela polícia na região dos Lagos (RJ), presos e deportados.

Na época, entidades de direitos humanos acusaram o governo brasileiro de ceder à pressão exercida pelo ditador Fidel Castro para repatriar os boxeadores. Uma comissão formada por políticos tentou impedir a saída dos cubanos do Brasil, sem sucesso. A Polícia Federal alegou que os boxeadores não tinham documentos e estavam ilegais no país.
Diferença entre asilo político e refúgio
Embora o asilo político e o refúgio tenham a mesma finalidade - permitir, legalmente, a um estrangeiro fixar residência em um outro país -, o Ministério da Justiça do Brasil tem explicações diferentes para ambos os casos. Segundo o ministério, o asilo político é destinado àqueles que se sentem perseguidos em seu país de origem.

O refúgio tem, por sua vez, o objetivo de proteger aqueles que tiveram de abandonar seu país porque sua vida ou liberdade estavam em perigo, por questões religiosas, raciais ou políticas. Historiadores e pesquisadores têm um consenso: o asilo é um instituto muito antigo, aplicado desde a Grécia Antiga. Os egípcios e os romanos também fizeram uso desse procedimento.

Para ingressar com o pedido de asilo, o estrangeiro deve procurar a Polícia Federal no local onde se encontra e prestar declarações, detalhando as perseguições que sofre em seu país. O processo, então, é encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores, que dá um parecer. A decisão final cabe ao ministro da Justiça. Caso o pedido seja aceito, o asilado é registrado junto à Polícia Federal, onde presta compromisso de cumprir as leis do Brasil e as normas de Direito Internacional.

A solicitação de refúgio começa na Polícia Federal, que analisa declarações que o solicitante presta à autoridade imigratória. O solicitante também deve preencher um questionário com todos os seus dados, qualificação profissional, grau de escolaridade, além de fundamentar o pedido apresentando os fatos que o levaram a tomar essa decisão.

Em seguida, o estrangeiro é entrevistado por um funcionário do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), órgão colegiado vinculado ao Ministério da Justiça, a quem cabe a decisão final. Tanto o asilo como o refúgio não estão sujeitos à reciprocidade e protegem indivíduos independentemente de sua nacionalidade. Nos dois casos, o beneficiado recebe documento de identidade e carteira de trabalho, além de ter os direitos civis de um estrangeiro residente no país.

Um pouco de poesia não faz mal!

Com um toque de cinema italiano, lembrando-me especialmente os filmes do mestre Fellini, esse breve vídeo nos conduz ao castelo de um poeta que vivia seus sonhos, ladeados por uma ”vida inteira que podia ter sido e que não foi ”. Foi poeta, e isso basta.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Vai sair no fim de semana? Cuidado!


Você sabe que é alcoólatra quando... from Fondo filmes on Vimeo.

Se for dirigir, não beba!

Dica cultural - 3

Leitores do Blog, essa semana continuaremos com a nossa sequência de filmes de animação, que por muitas vezes são rotulados como “Infantis”, mas na verdade tratam de temas como amizade, solidão, amor... ou seja, sobre relacionamentos humanos. Dessa vez o escolhido foi o “Toy Story 3”, que mostra de uma forma muito particular e simples a noção do abandono de algo e da renovação que tal perda nos traz.







Sinopse:

Woody, Buzz, e o resto de seus amigos, são despejados para uma creche depois que seu dono, Andy, vai para a faculdade. Embora estando animados no começo pelo novo ambiente, e os brinquedos aparentemente amigáveis que também vivem no centro, não demora muito para se tornarem determinados a voltar para casa, uma decisão partilhada por Andy, que começa a perceber que seus brinquedos sempre tiveram um lugar no seu coração.

Informações Técnicas

Título no Brasil: Toy Story 3
Título Original: Toy Story 3
País de Origem: EUA
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 103 minutos
Ano de Lançamento: 2010
Estréia no Brasil: 18/06/2010
Site Oficial: http://www.disney.com/toystory
Estúdio/Distrib.: Buena Vista Pictures
Direção: Lee Unkrich
Fonte: www.interfilmes.com

Trailer:





O interessante é que não é necessário que você tenha assistido os outros dois filmes da franquia para entender a história, pois esse novo filme se constrói sobre elementos inteiramente novos. Além disso, preparem-se, pois o final é emocionante.
Espero que tenham gostado. Até a próxima.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O que é ?

A pergunta "o que é literatura?" não é fácil de responder. Para começar, ficamos em apuros se pensarmos que qualquer texto que nos cerca pode ser considerado literatura, desde cartazes com propagandas, legendas de filmes, palavras pichadas em muros, bulas de remédio, receitas de bolos, manuais de instrução etc. Num certo sentido, tudo o que se pode ler é literatura. O que nos interessa aqui, porém, é o fenômeno da literatura enquanto uma atividade artística.

A disciplina literatura que se estuda na escola trata dos textos produzidos por escritores de períodos diversos da história da humanidade. Homens e mulheres que criaram e continuam criando textos de ficção em prosa, repletos de ações, personagens, conflitos, ambientes e climas, ou ainda, poemas que elaboram a sonoridade e os múltiplos significados das palavras.

A literatura pode enriquecer sua vida, seja como simples entretenimento, seja como fonte de conhecimento e reflexão sobre valores e ideias. Porém certos conceitos ou ferramentas teóricas são necessários para que você, leitor, possa entender a linguagem literária, que também está tão presente no nosso cotidiano.

Afinal, a literatura está o tempo todo a nossa volta, nas histórias contadas por nossos avós, nos livros, nas peças de teatro, novelas, filmes, jornais, mesmo na música e na dança, entre outras formas de linguagem que os homens usam para se comunicar.
O animal que fala
Por falar em comunicação, o sistema de comunicação que nos interessa basicamente para tratar de literatura é a escrita, essa linguagem simbólica que tem como material as letras e as palavras, que, ao serem combinadas, tornam-se textos. Não é por acaso, aliás, que a palavra do latim litteratura vem de outra palavra da mesma língua, littera, que significa letra, ou seja, o sinal gráfico que representa - por escrito - os sons da fala.

Antes que a literatura existisse, ou melhor, antes que muitas das coisas que conhecemos hoje existissem, numa época muito remota, poderíamos encontrar nossos antepassados ali em suas cavernas, ou em meio às árvores das matas, comunicando-se entre si instintivamente, através de gestos ruídos como vários outros animais. No decorrer da Evolução, nossa espécie desenvolveu a capacidade de falar e, então, passou a nomear plantas, bichos, rios, vales e montanhas.

Desse modo, acabou por se diferenciar dos outros animais. Essa diferença encontra-se, justamente, no fato de podermos representar o mundo que nos cerca, através de símbolos vocais: as palavras. Nesta linguagem das palavras - símbolos que representam sonoramente todas as coisas concretas do mundo, além dos nossos sentimentos e das situações abstratas da vida - estamos envolvidos desde que nascemos.
As palavras e as coisas
Milhares de anos depois do advento da palavra falada, característica que ajudou a definir a espécie humana, surgiu uma nova forma de comunicação entre os homens, baseada principalmente na representação gráfico-visual dos sons de nossa própria fala: a escrita, que tem seus primeiros registros no alfabeto fenício do século 12 a.C. De qualquer modo, falada ou escrita, o objetivo da palavra é mais ou menos o mesmo: dar nome às coisas, agilizar a comunicação entre os seres humanos e ajudá-los a pensar e a compreender o mundo.

Entre os nomes e as coisas existe uma relação quase contínua. E o homem vive vinculado - ora de maneira mais próxima, ora mais distanciada - a estes dois mundos: o concreto de suas experiências com as coisas e o abstrato da sua linguagem simbólica. Contudo, é importante deixar bem claro que os nomes não são as coisas, mas que as coisas só existem para o pensamento do homem dentro da sua linguagem.
A força da expressão

"Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!"
Cecília Meireles

As palavras e as coisas parecem estar unidas, mas, ao mesmo tempo, parecem jamais poder se misturar. Se ficarmos atentos, podemos observar a força que a palavra tem de mexer com os nossos sentimentos e emoções.E não só na literatura, mas também na vida cotidiana. É como na conhecida lenda de Ali babá e os 40 ladrões, em que a frase "abre-te, Sézamo!" tem o poder de abrir a porta de uma caverna escondida nas entranhas da terra.

No dia a dia, por exemplo, se ouvirmos a palavra câncer, ela pode evocar sensações como tristeza, repugnância, medo ou até pavor. Às vezes, de acordo com a situação em que nos encontramos, o simples fato de pronunciar o seu nome parece tornar concreta em nossa mente a realidade da doença nomeada.

Pois bem, os escritores têm como material de trabalho a própria palavra, e utilizam seu poder de evocação e sugestão para construir mundos e universos possíveis ou prováveis, recriando assim a realidade em que tanto ele, escritor, quanto nós, leitores, estamos inseridos. Sua literatura comunica artisticamente, desde a Antiguidade, os sentimentos, as emoções, as sensações, as ações, as idéeias e opiniões mais diversas do homem diante do mundo e de sua condição existencial.

O escritor busca transcender ou concretizar, por meio da literatura, uma experiência da vida. Isso - basicamente - é literatura. Portanto, como escreveu Ezra Pound, poeta e crítico literário, "Literatura é linguagem carregada de significado".

Fonte: UOL EDUCAÇÃO.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Aborto : A ética e a interrupção da gravides

As ciências contemporâneas, sobretudo as ciências da vida (biologia, medicina, genética etc.), criaram uma série de dilemas éticos que são estudados pela filosofia. O ramo da filosofia que estuda os problemas morais que surgem dessas ciências é chamado bioética; e a subdivisão da bioética que cuida de assuntos específicos da medicina, como o aborto, é chamada ética médica.

O aborto é um dos pontos mais difíceis da ética médica. Ele envolve aspectos religiosos, legais, médicos, socioculturais e políticos. Neste artigo, examinaremos o aborto somente do ponto de vista da filosofia, expondo os principais argumentos contra e a favor da interrupção intencional da gravidez.

Há duas posições opostas bem delimitadas na discussão sobre o aborto. A primeira, pró-vida ou conservadora, defende o direito moral da vida do feto. A segunda, pró-escolha ou liberal, entende que a mulher tem um direito moral sobre o próprio corpo, o que lhe permite fazer o aborto.

É claro que existem opiniões intermediárias. Alguns acham errado o aborto, mas defendem sua prática em casos específicos (por exemplo, quando a mulher ou o filho correm risco de morte - ou quando a mãe foi vítima de estupro). Do mesmo modo, entre aqueles que defendem o aborto, há os que são contra a prática sob certas circunstâncias, por exemplo, quando a gestação se encontra num estado avançado. Além disso, existem também situações que fogem a essas duas abordagens. Por exemplo, quando a mulher grávida precisa remover o útero por conta de um câncer. Neste caso, o aborto seria um efeito colateral.

Principais argumentos
À parte todas essas questões, as duas posições contrárias ajudam a entender os dois principais argumentos do problema ético do aborto.

O primeiro argumento diz respeito ao direito moral à vida do embrião ou feto. Ele afirma que, se os fetos têm direito moral à vida, então o aborto é errado, pois a proteção à vida é um valor superior à escolha da mulher.

O problema com esse argumento é saber o que é exatamente uma pessoa, no sentido moral do termo, e se o feto ou embrião se encaixa nessa definição. Se o embrião é uma pessoa, ele tem direito à vida, caso contrário, é destituído desse direito.

A conceituação clássica do que é uma pessoa foi dada pelo filósofo inglês John Locke (1632-1704) no Ensaio sobre o entendimento humano (1690). Ele define pessoa como "um ser inteligente, que possui razão e capacidade de reflexão, e pode considerar a si próprio como uma coisa que pensa, em diferentes momentos e lugares; que o faz apenas por essa consciência, que é inseparável do pensamento e que me parece essencial a ele; sendo impossível para qualquer um perceber sem perceber que percebe".

Fetos não possuem autoconsciência, muito menos capacidade de reflexão ou memória. Portanto, não atendem a essas características definidoras de um indivíduo. Mas, nesse caso, pacientes em coma ou estado vegetativo também não teriam direito moral à vida, assim como crianças recém-nascidas, que não possuem ainda a noção de self.

Uma forma de resolver isso é apelar para a doutrina de Aristóteles da potência e ato. Para Aristóteles, existe um ser em ato e um ser em potência. Potência é a capacidade para realizar algo, enquanto ato é a realização concreta dessa potencialidade. Por exemplo, se tenho a capacidade de andar (potência), e não for impedido por condições externas, eu ando (ato).

Visto sob esta perspectiva, o feto seria um indivíduo em potencial e, em razão disso, realizar um aborto seria privar o feto do direito a essa vida futura. Mas, nesse caso, a clonagem de humanos, que teoricamente pode produzir outro ser a partir de uma célula, significa que qualquer célula poderia ser um indivíduo em potencial, o que, nesse caso, é uma prerrogativa absurda.

Direitos da mulher
O segundo argumento postula que a mulher possui direitos sobre seu corpo e, portanto, pode se decidir pela interrupção de uma gravidez indesejada ou de risco. O aborto, dessa maneira, seria um exercício inviolável dos direitos da mulher.

Defensores desse argumento acreditam, em geral, que o feto ou embrião ainda não é um indivíduo com as capacidades desenvolvidas, logo, não haveria conflito de interesses entre direitos da mulher e do feto. Nesse sentido, deveria prevalecer a vontade da mulher.

Porém, há ainda um argumento derivado, mais radical, desenvolvido pela filósofa Judith Jarvis Thompson. Segundo ela, ainda que o feto tenha direito à vida, o aborto é eticamente permissível, porque ele não permite que se utilize do corpo da mãe contra a vontade dela.

Thompson fornece o seguinte exemplo. Imagine um brilhante violinista que se encontra inconsciente, sofrendo de uma doença renal fatal. Uma sociedade de amantes da música descobre que somente você possui o tipo sanguíneo do violinista. Eles então o sequestram e conectam o sistema circulatório do violinista ao seu organismo, de modo que seu rim filtre as impurezas de ambos os corpos. Um médico descobre a operação clandestina e expõe a seguinte situação: caso você se desconecte, o violinista morre, mas se aceitar a condição por um período de nove meses, salvará a vida dele.

Para Thompson, tanto você quanto o violinista têm os mesmos direitos à vida, só que esse direito não se sobrepõe ao de decidir o que fazer com seu próprio corpo, direito este que o violinista não possui.

Assim, ao abortar, a mulher não estaria violando o direito à vida, mas somente privando o feto de um direito que ele não tem de fato. Um dos problemas mais óbvios desse argumento é que a mulher pode escolher engravidar ou não (a menos que tenha sido vítima de um estupro; nesse caso a analogia é válida), por isso teria responsabilidades. Além disso, o aborto mataria um feto sadio, ao passo que o violinista morreria em decorrência da doença.

Bem-estar
Já do ponto de vista utilitarista, o bem-estar da pessoa, e não seus direitos, é que seria levado em conta na decisão. Como o feto ou embrião não tem ainda consciência de bem-estar, o aborto seria um ato moral aceitável. Outro grupo alega que isso privaria o bem-estar futuro desse feto, que em determinadas condições se desenvolveria plenamente.

Em resumo, a discussão evolui em torno de estabelecer se o feto é uma pessoa e, como tal, possui direito à vida - e se, mesmo que tenha esse direito, ele se sobrepõe ao da mãe em determinar o que fazer com o próprio corpo. A escolha do aborto é sempre circunstancial, pois envolve vários outros aspectos, além dos filosóficos. No entanto, são debates éticos que fornecerão base para a elaboração de leis sobre o aborto e para a criação de políticas públicas.

Fonte;UOL EDUCAÇÃO.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Entidades que prestam serviços públicos.

A administração indireta é o conjunto das entidades que, vinculadas a um ministério, prestam serviços públicos ou de interesse público. Sua existência se baseia no princípio de descentralização ou distribuição de competências e atividades. Ou seja, quando não pretende executar certa atividade através de seus próprios órgãos, o poder público transfere a sua execução a outras entidades.

Compõem a administração indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e sociedades de economia mista. As primeiras são entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com patrimônio próprio e atribuições estatais específicas. O Banco Central (BC), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (SSP) e as agências reguladoras são exemplos de autarquias.

Entre elas, pode-se destacar, pela sua importância, o Banco Central, subordinado ao Ministério da Fazenda. O BC é a principal autoridade monetária do país. Seus principais objetivos são o controle monetário (inflação), equilíbrio do Balanço de Pagamentos e estímulo da economia nacional.

Banco Central e CADE
O presidente do Banco Central é escolhido pelo presidente do Brasil, e deve ser sabatinado pelo Senado Federal, para ocupar o cargo. É o BC que fixa as normas de funcionamento das instituições financeiras e as fiscaliza. Assim, é essa instituição que estabelece as taxas de juros praticadas no Brasil, bem como o câmbio (relação de valor entre a moeda brasileira e a de outros países).

Também merece destaque o CADE, vinculado ao Ministério da Justiça. Esse Conselho tem a finalidade de orientar, fiscalizar, prevenir, apurar e reprimir abusos de poder econômico. É o caso da formação de cartéis, acordos comerciais entre empresas, visando à distribuição entre elas das cotas de produção e do mercado com a finalidade de determinar os preços e limitar a concorrência, o que é proibido pela legislação brasileira.

As fundações públicas realizam atividades não lucrativas e atípicas do poder público, mas de interesse coletivo, como a educação, a pesquisa e a cultura. São criadas por lei específica e estruturadas por decreto. Como exemplos de fundações públicas podem-se apresentar o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

IBGE e CNPq
O destaque aqui pode ir para a sigla mais conhecida do grande público, o IBGE, que tem atribuições ligadas às geociências e estatísticas sociais, demográficas e econômicas, o que inclui realizar censos e organizar as informações obtidas nesses censos, para suprir órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal, e para outras instituições e o público em geral.

Aos estudantes, em especial, é importante conhecer o CNPq, uma agência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) destinada ao fomento da pesquisa científica e tecnológica e à formação de recursos humanos para a pesquisa no país. Sua história está diretamente ligada ao desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, desde sua instituição, em 1951.

As empresas públicas destinam-se à prestação de serviços industriais ou econômicos em que o Estado tenha interesse próprio ou considere conveniente à coletividade. Seu capital é exclusivamente público. São exemplos de empresas públicas a Caixa Econômica Federal (CEF), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Embrapa e BNDES
Entre os exemplos citados, seria difícil eleger dois por ordem de importância, mérito ou conhecimento do grande público, de modo que a escolha, aqui, é aleatória. A Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi criada, em 1973, para viabilizar soluções para o desenvolvimento sustentável do espaço rural, com foco no agronegócio, por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias.

O BNDES é um órgão subordinado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e tem como objetivo apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país. Desde a sua fundação, em 1952, o Banco vem financiando os grandes empreendimentos industriais e de infra-estrutura, dando apoio aos investimentos na agricultura, no comércio e serviços, bem como nas micro, pequenas e médias empresas.

Petrobras e Banco do Brasil
As sociedades de economia mista são empresas com participação do poder público e de entidades privadas em seu capital e em sua administração para a realização de atividades econômicas. Regem-se pela normas das sociedades mercantis. O Banco do Brasil, a Petrobras, a Eletrobrás e o Brasil Resseguros exemplificam essas sociedades.

Duas marcas que estão presentes até no imaginário do cidadão brasileiro são sem dúvida o Banco do Brasil e a Petrobras. Criada em 1953 pelo governo de Getúlio Vargas, a Petrobras é hoje uma das vinte maiores empresas petrolíferas do mundo. Opera nas áreas de exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e seus derivados no Brasil e no exterior.

O Banco do Brasil tem uma história de quase dois séculos, pois, a rigor, foi fundado por dom João 6º., em 1808. Trata-se de uma história tumultuada, porém, marcada por extinção, refundação, mudança de denominação, etc. É atualmente uma das maiores instituições bancárias do país, concorrendo com os grandes bancos privados.

Fonte:UOL EDUCAÇÂO

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Passeio Noturno.

Um texto de Rubem Fonseca.

Cheguei em casa carregando a pasta de papéis, relatórios, pesquisas, propostas, contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, disse, sem tirar os olhos das cartas, você está com um olhar cansado. Os sons da casa: minha filha no quarto dela treinando empostação de voz, a música quadrifônica no quarto do meu filho. Você não vai largar essa mala?, perguntou minha mulher, tira essa roupa, bebe um uísquinho, você precisa aprender a relaxar.

Fui para a biblioteca, o lugar da casa onde eu gostava de ficar isolado e como sempre não fiz nada. Abri o volume de pesquisas sobre a mesa, não via as letras e os números, eu esperava apenas. Você não pára de trabalhar, aposto que os teus sócios não trabalham nem a metade e ganham a mesma coisa, entrou minha mulher na sala com o copo na mão, já posso mandar servir o jantar? A copeira servia à francesa, meus filhos tinham crescido, eu e minha mulher estávamos gordos. É aquele vinho que você gosta, ela estalou a língua com prazer.

Meu filho me pediu dinheiro quando estávamos no cafezinho, minha filha me pediu dinheiro na hora do licor. Minha mulher nada pediu, nós tínhamos conta bancária conjunta. Vamos dar uma volta de carro?, convidei. Eu sabia que ela não ia, era hora da novela. Não sei que graça você acha em passear de carro todas as noites, também aquele carro custou uma fortuna, tem que ser usado, eu é que cada vez me apego menos aos bens materiais, minha mulher respondeu. Os carros dos meninos bloqueavam a porta da garagem impedindo que eu tirasse o meu. Tirei os carros dos dois, tirei o meu, coloquei os dois carros novamente na garagem, fechei a porta, essas manobras todas me deixavam levemente irritado, mas ao ver os pára-choques salientes do meu carro, o reforço especial duplo de aço cromado, senti o coração bater apressado de euforia. Enfiei a chave na ignição, era um motor poderoso que gerava a sua força em silêncio, escondido no capo aerodinâmico.

Saí como sempre sem saber para onde ir, tinha que ser uma rua deserta, nesta cidade tem mais gente que moscas. Na Avenida Brasil, ali não podia ser, muito movimento. Cheguei numa rua mal iluminada, cheia de árvores escuras, o lugar ideal. Homem ou mulher? Realmente não fazia grande diferença, mas não aparecia ninguém em condições, comecei a ficar tenso, isso sempre acontecia, eu até gostava, o alívio era ainda maior.

Então vi a mulher, podia ser ela, ainda que mulher fosse menos emocionante, por ser mais fácil. Ela caminhava apressadamente, carregando um embrulho de papel ordinário, coisas de padaria ou de quitanda, estava de saia e de blusa, andava depressa, havia árvores na calçada, de vinte em vinte metros, um interessante problema a exigir uma grande dose de perícia. Apaguei as luzes do carro e acelerei. Ela só percebeu que eu ia para cima dela quando ouviu o som da borracha dos pneus batendo no meio-fio. Peguei a mulher acima dos joelhos, bem no meio das duas pernas, um pouco mais sobre a esquerda, um golpe perfeito, ouvi o barulho do impacto partindo os dois ossões, dei uma guinada rápida para a esquerda, passei como um foguete rente a uma das árvores e deslizei com os pneus cantando de volta para o asfalto.

Motor bom o meu, ia de zero a cem quilômetros em nove segundos. Ainda deu para ver que o corpo todo desengonçado da mulher havia ido parar, colorido de sangue, em cima de um muro, desses baixinhos de casa de subúrbio.

Examinei o carro na garagem. Corri orgulhosamente a mão de leve pelo pára-lamas, os pára-choques sem marca. Poucas pessoas, no mundo inteiro, igualavam a minha habilidade no uso daquelas máquinas.

A família estava vendo televisão. Deu sua voltinha, agora está mais calmo?, perguntou minha mulher, deitada no sofá, olhando fixamente o vídeo. Vou dormir, boa noite para todos, respondi, amanhã vou ter um dia terrível na companhia.